sexta-feira, 24 de junho de 2011

Por quê este blog?




Adiei ao máximo o início das postagens neste espaço. Em parte porque queria começar "com tudo", "arrebentando", uma premiere "bloguística" que apresentasse logo na estréia um daqueles textos transcendentais que adentra ao gosto e ao intelecto dos eventuais leitores. Entretanto, como esse pensamento megalomaníaco, só o que consegui foi absorver insegurança e me afastar da tão "rebuscada" estréia no Blog. A idéia sublime, o pensamento elevado e fino simplesmente não surgia e enquanto não se materializava a fluidez de idéias que desejava deixei de lado o projeto de editar na "blogosfera" e fui empurrando com a barriga minha latente vontade de por pra fora aspectos da minha subjetividade que anseiam incontrolavelmente em vir à luz.


Bem, aqui estou, divagando já de início. Esse será, afinal, um dos ofícios deste blog: divagar, refletir, questionar, elucidar, re-editar assuntos em evidência, do cotidiano, do emocional, da vida e seus desdobramentos como um todo bem como está na descrição deste espaço virtual, onde se discorrerá, na maioria das vezes, de forma espirituosa sobre tais questões mesmo quando elas parecerem um tanto quanto sérias demais. Queremos um lugar onde possamos pensar e analisar descontraidamente e não absorver mais angústia e desilusão. Isso não quer dizer que tratarei dos temas que abordarei aqui sob a irritante e anestésica ótica da "auto-ajuda" , onde ao final de cada post escreverei que tudo terminará bem e que  "devemos manter sempre acesa a chama da esperança em nosso coração".

Abomino rótulos e fetiches sociais que no fundo só incentivam a aceitar passivamente uma realidade deprimente e repulsiva. Não sou cético ou cínico e acomodado, apenas prefiro uma forma mais dialética, mais analítica de conceber as coisas, sem os achismos e conceitos vazios que tanto inundam as conversas e os discursos por aí proferidos como se fossem verdades absolutas.

Aqui neste espaço terei a liberdade de falar do que quiser e como quiser, sempre prezando, claro, pela ética e pelo bom senso, mas distante do imparcial e do politicamente correto. Aliais, esse negócio de "politicamente correto",em minha opinião, é algo pra ser usado nos discursos e no protocolo da política, onde se tem a intenção - pelo menos na retórica - de agradar a todos ou a grande maioria, um objetivo que não tenho e jamais terei neste blog.

O Porquê do nome do Blog


O nome do blog vem de um conto de Clarice Lispector, grande e genial escritora da qual sou um fã entusiasta. Esta pergunta de Clarice pode ser feita por todos nós, humanos, em vários momentos de nossa vida. Por que este mundo, aqui, assume o sentido de porque esta situação? Porque esta regra estabelecida? Por que a intolerância? Por que a falta de coerência? Por que a violência? Por que o amor? Bem como infinitos outros questionamentos típicos da condição humana.


Neste espaço, quero pôr em discussão assuntos relevantes a vida das pessoas, seja na dimensão pessoal, política, artística seja qual for o âmbito, pois não somos limitados a uma única esfera, pelo contrário somos tudo isso junto e mais um pouco, e é justamente isso que nos faz grandes e interessantes.  Quero aqui discutir e devassar o contraditório e expor posições acerca de diversas questões. A existência dos porquês foi o fator preponderantemente para o avanço da nossa sociedade, do nosso crescimento enquanto indivíduos e seres sociais.

Poder questionar alivia minha inquietação interior e socializar esses questionamentos através deste espaço virtual é uma ótima oportunidade de interação dialógica e construção democrática do pensamento crítico. Espero poder contar com a “audiência” (e também com a paciência) dos eventuais leitores deste blog. Meu objetivo em editá-lo não é – e jamais será – impor e tentar cooptar pessoas às minhas opiniões pessoais e sim argumentar, questionar e colocar em discussão os assuntos aqui abordados. Os comentários serão livres à exceção daqueles que contiverem ofensa pessoal e agressividade.  Olhem, avaliem, critiquem, este espaço estará totalmente aberto a vossa apreciação.



Para finalizar a "estreia" com chave-de-outro, socializarei um vídeo do grande Raul Seixas que traz a música "Gospel", perdida durante décadas e regravada mais de 20 anos após sua morte através de um avançado programa de computador. A música ilustra sublimemente a questão dos porquês, dos nossos questionamentos e inquietações. Fica aí para apreciação de vocês: